Um aspecto axial que foi contemplado na gestação de “O Tempo Como Verbo” é a possibilidade de transformar projetos culturais, notadamente aqueles realizados com investimento público, não em eventos episódicos e efêmeros, mas sim em propostas que tenham um impacto positivo e duradouro na sociedade. Tendo em vista este objetivo, o projeto previu que parte das obras que constituem a exposição virtual “Tempo Como Verbo”, de autoria do/as artistas Bruno Borne, André Severo, Ío, Dirnei Prates, Túlio Pinto, Virgínia Di Lauro e Andressa Cantergiani, com curadoria de Laura Cattani e Munir Klamt, fossem doadas ao acervo do MARGS.
Importante ressaltar que estas obras foram todas doadas no formato digital, considerando assim a economicidade de preservação e possibilidades múltiplas de apresentação. Esta doação é parte de uma proposta de construção de uma política cultural de valorização dos artistas gaúchos (e/ou residentes no RS) e se pretende a base para um projeto maior, que aproxime artistas do RS de acervos públicos do restante do país, ajudando a dar visibilidade e integração para nossa produção artística contemporânea.
Por fim, é importante ressaltar o MARGS é entendido não apenas como lugar físico, mas um agente das temporalidades, protagonista da preservação e valorização de um conjunto de obras, e sobretudo de formas de pensamento, pulsões dos múltiplos estratos de tempo. “O Tempo Como Verbo” deseja preservar poéticas representativas da cultura gaúcha (muitas das quais ainda não eram contempladas pelo MARGS), assim como acrescentar a seu acervo novas formas de recombinação, pensando-o como algo vivo e sempre em construção.