Quem disse que Instagram não é lugar de arte? A rede social é a base para uma iniciativa que traz uma nova maneira das pessoas interagirem com a arte: o Metaverso. Neste período de exceção em que o acesso a museus e galerias está restrito, um dos segmentos mais prejudicados da arte é o das obras tridimensionais (esculturas, instalações e ambientes) que necessitam a presença e a ação do corpo do espectador no espaço. Com isto em mente, a Torus desenvolveu o projeto de galeria em casa TEMPUS FUGIT. Nesta proposta inovadora, foram criados filtros de Realidade Aumentada no Instagram para que cada pessoa possa instalar virtualmente, em sua casa ou onde estiver, cinco diferentes obras tridimensionais dos artistas Túlio Pinto, Ío e Bruno Borne.
A Realidade Aumentada permite uma interação do mundo real com o digital através do smartphone. Assim, com os filtros Tempus Fugit é possível rotacionar, posicionar no espaço e mudar a escala das esculturas, ou mesmo fazer um vídeo andando ao redor delas, como se estivesse frente ao objeto tridimensional real.
Land Line é uma obra emblemática de Túlio Pinto, por operar características notórias de sua produção, e que ocuparam papel axial na exposição individual realizada no MARGS em 2019-2020: o contraste de materiais como aço corten, vidro e pedra, e o equilíbrio frágil entre as partes, como se estivesse a um passo de se esfacelar.
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A produção de Túlio Pinto é armada através do oxímoro, como se forças de naturezas muito distintas, representadas pelo aço e vidro, estivessem em meio a um conflito, uma disputa de forças. Das peças de Túlio Pinto, frequentemente com estruturas geométricas postas em equilíbrio, Cumplicidade #14 é a que mais nos evoca formas zoomórficas, como se estranhos seres estivessem em meio a uma metamorfose.
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Uma armadilha armada é um dispositivo de pura força, como um predador à espreita, camuflado, esperando.Mas a armadilha é também aquele artefato corriqueiro nos desenhos animados antigos, cômicos em sua excessiva agressividade. Demônio Pessoal é uma grande armadilha com dentes de vidro que, se for acionada, se autodestrói em seu primeiro e único movimento, com grande potencial de dano.
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O tempo, em nosso imaginário mais intuitivo, é feito de ciclos: dia e noite, estações, translação… São destas circunvoluções que Relógio Especular, de Bruno Borne, se origina. Surgida como desdobramento da premiada instalação de mesmo nome de 2012, o filtro é composto por um sistema de esferas translúcidas que orbitam suspensas no ar, como um tempo fantasma posto em movimento. Relógio Especular em Realidade Aumentada é uma obra desenvolvida pelo artista especialmente para este projeto.
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Partindo da experiência TEMPUS FUGIT 03, a Ío cria uma versão 2.0 de sua escultura Demônio Pessoal. Experimentando com a liberdade que a Realidade Aumentada proporciona, esta obra se aproxima de clássicos desenhos animados de perseguição e artimanhas que marcaram a infância dos artistas e, também, de criaturas estranhas e fantásticas das profundezas do oceano, com uma estética steampunk, exacerbando os dentes e a agressividade.
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