DECLINAÇÕES MAGNÉTICAS

Declinações Magnéticas nasceu em 2016 diante do fascínio da possibilidade de seres humanos detectarem a presença de campos magnéticos.

Experimentos apontam que uma parte da população, menos de 8%, é capaz de indicar a presença de campos magnéticos em uma sala escura, sem, no entanto, descrever de que maneira esta percepção se manifesta cognitivamente (quase como se não tivéssemos ainda uma linguagem, palavras para entender e compartilhar a sensação). O absoluto milagre que é a possibilidade da vida, em um infinito e inóspito espaço, no diminuto terceiro planeta do sistema solar, se deve à existência do campo magnético. Nascido do titânico movimento de oceanos de ferro e níquel liquefeito, a 3 mil km de profundidade, estão na parte externa do núcleo da Terra. É do embate destes fluidos em incessante movimento que as correntes elétricas são geradas e o campo magnético emerge.

Em termos míticos, que muitas vezes este Declinações Magnéticas opera, o campo magnético é a deidade original, o útero que gestou a vida na Terra. Não existia vida antes de sua existência e todas as criaturas vivas evoluíram sobre sua influência. Aves migratórias o usam como guia (uma proteína no olho, Criptocromo, gera uma mancha indicativa), tartarugas e peixes, que realizam grande deslocamentos continentais, também. Marimbondos orientam a geometria de seus ninhos, assim como túneis de formigas; raposas detectam suas presas na neve. Portanto, como tantos outros animais, incluindo mamíferos, existe a possibilidade concreta de que humanos sejam sensíveis aos campos magnéticos e tenham atrofiado este sentido no sedentarismo do processo civilizatório.

Declinações Magnéticas se apresenta em duas instâncias. Na primeira a Ío, acompanhada de cientistas e inventores, busca constituir uma revisão crítica da magnetopercepção e construir estratégias concretas através de dispositivos e possibilidades fisiológicas de compartilhar de forma concreta e real a percepção magnética entre humanos; a segunda, pelo viés da arte, busca a possibilidade mítica e metafórica que nos comunique a potência de uma força que engendrou nossa vida no planeta e que permita nos guiar na escuridão.

ATIVIDADES AXIAIS DO PROJETO:

  • PESQUISA INTERDISCIPLINAR / Bússola
    Criação de grupo de pesquisa multidisciplinar;
    Inclusão de novos pesquisadores;
    Produção de conteúdo para obras, livro, site, redes sociais, artigos, seminários, etc;
  • SIMPÓSIO / Narrativas Contrafactuais do Magnetismo
    Simpósio a ser realizado no Centro Cultural da UFRGS com os pesquisadores, artistas e convidados gestado como instrumento de divulgação dos resultados. Projeto visando uma linguagem acessível objetivando diálogos com todos os públicos; 
  • CRIAÇÃO DE OBRAS
    Criação de 6 obras inéditas;
    Integração do conteúdo da pesquisa;
    Desenvolvimento tecnológico e artístico;
    Potencialidade para futuras exposições;
  • DOAÇÃO ACERVO/ Coleção do MARGS (RS), MARP (SP) e AMAZONIANA (UFPA)
    Doação a importantes coleções: MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Porto Alegre/RS);
    MARP – Museu de arte de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto/SP);
    Coleção Amazoniana de Arte da Universidade Federal do Para (Belém/PA);
  • LIVRO / O Obscuro Objeto da Magnetorecepção
    Registro de Pesquisa;
    Divulgação Artístico-cientifica;
    Preservação da memória da Arte Contemporânea Brasileira;
    Apoio a Editoras Independentes (Nevoa);
    PDF online;
    Acessibilidade através de audiodescrição e compatibilidade com leitores de voz;
  • REDES SOCIAIS / Petrus Peregrinus
    Criação de redes sociais para o projeto, com publicações regulares, divulgação das atividades e interação com o público
  • SITE / AMAS (Anomalia Magnética do Atlântico Sul)
    Repositório de informações e conteúdo do projeto;
    Fácil acesso de todas as localidades;
    Conteúdo acessível;
  • ACESSIBILIDADE
    Consultoria para potencializar acessibilidade do projeto;
    Capacitação atitudinal da equipe;
    Acessibilidade arquitetônica;
    Conteúdo disponível online;
    Audiodescrição das imagens adaptada a leitores de tela;

GRUPO DE PESQUISA

Daniel Acosta Avalos

Graduado em Física pela Benemerita Universidad Autonoma de Puebla (México) (1992), mestrado em Ciências, especialidade em Física, pelo Centro de Investigacion y de Estudios Avanzados del IPN (México) (1995) e doutorado em Ciências, especialidade em Física, pelo Centro de Investigacion y de Estudios Avanzados del IPN (México) (1996). Atualmente é Pesquisador Titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF-MCTIC) no Rio de Janeiro, Brasil. Tem experiência na área de Biofísica e na técnica Fotoacústica. Os temas de pesquisa atuais são a orientação magnética de insetos sociais, mecanismos de orientação magnética em micro-organismos e o efeito fotoacústico em materiais magnéticos e biológicos.

Francisco Marshall

Licenciado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1988) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1996), Francisco Marshall realizou pós-doutorado na Princeton University (NJ, EUA, 1998), como bolsista Capes-Fulbright, convidado de Peter Brown, e na Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg (Alemanha, 2008-9), como bolsista da Fundação Alexander von Humboldt. É professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando no Depto. de História (IFCH) e no PPG Artes Visuais (IA). Tem atuação docente nas áreas de História Antiga, Arqueologia Clássica e Historia da Arte, atuando também em museologia, iconologia, semiótica, estudos do imaginário, história cultural e das ciências, epistemologia, história da cidade e estudos renascentistas. O autor é também ensaísta, colunista na imprensa, produtor e dirigente cultural e criador de música atual.

Leonardo Albuquerque Heidemann

O professor Leonardo é graduado em Licenciatura em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2008), obtendo os diplomas de mestre (2011) e de doutor (2015) em Ensino de Física nessa mesma Universidade. Desde 2016, é Professor Adjunto e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física do Instituto de Física da UFRGS. Suas pesquisas se concentram em temas como evasão universitária, educação em prisões e métodos ativos de ensino. É coordenador do Centro de Referência para o Ensino de Física (CREF) da UFRGS desde 2017. Em 2018, foi agraciado com o prêmio de melhor tese de doutorado da área de Pesquisa em Ensino de Física do biênio 2015-2016 pela Sociedade Brasileira de Física.

Munir Klamt

Munir Klamt é artista, curador, professor e pesquisador em Arte Contemporânea. Com mestrado e doutorado em Poéticas Visuais na UFRGS, sua tese, Metamedidas, recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese 2017. Realizou Pós-Doutorado na Universidade de Brasília. Compõe o comitê curatorial do MARGS. Lecionou na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), onde coordenou projetos de pesquisa e extensão e foi representante do Instituto de Letras e Artes no Comitê de Ciência, Tecnologia e Inovação – CCTI, órgão assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PROPESP. Atualmente leciona na UFRGS na área de Arte e Tecnologia, onde coordena a Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Atua como artista com o pseudônimo Ío desde 2003, em parceria com Laura Cattani. Idealizador do Instituto Cultural Torus. Foi curador adjunto na 13ª. Bienal do Mercosul. Sua pesquisa está centrada nas diversas manifestações do Tempo na Arte Contemporânea. Coordena o projeto de pesquisa “Obscuridade Íntima do Tempo” de Munir Klamt (IA/UFRGS). Sua produção plástica e visual abarca diversos meios, contextos e plataformas, tais como vídeos, instalações, desenho, web art, performance ou fotografia. Já realizou diversas exposições no Brasil bem como no exterior, além de mostras de vídeo e projetos multimídia.

Nathan Willig Lima

O professor Nathan é graduado em Bacharelado em Física com ênfase em Física Médica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS, 2014), com mestrado em Engenharia e Tecnologia de Materiais na PUCRS (2016) e doutorado em Ensino de Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2018). Desde 2019, é professor do Instituto de Física da UFRGS e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da UFRGS. Foi pesquisador visitante na Universidade de Copenhague – Dinamarca – participando de um projeto de pesquisa sobre história da Teoria Quântica e implicações para o ensino de Física. Trabalhando com divulgação científica, é amplamente reconhecido em redes sociais, tendo mais de 27 mil seguidores no Instagram.

Rualdo Menegat

Professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS, geólogo, Mestre em Geociências (UFRGS), Doutor em Ciências na área de Ecologia de Paisagem (UFRGS), Doutor Honoris Causa (UPAB, Peru), Professor visitante do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável da Universidad Nacional de Lanús (Argentina). Assessor científico da National Geographic Brasil, membro da Cátedra UNESCO/Unitwin – Foro Latino-Americano de Ciências Ambientais, Membro Honorário do Fórum Nacional dos Cursos de Geologia, membro da International Commission on History of Geological Sciences (IUGS) e Presidente da Sessão Brasileira da International Association for Geoethics. Recebeu vários prêmios e homenagens, entre os quais, a Medalha de Porto Alegre, a Medalha de Honra da Cidade de Trujillo (Peru), a Distinção ao Mérito Científico do Instituto de Investigação do Pensamento Peruano e Latino-Americano da Universidade Nacional Mayor de San Marcos (Lima, Peru), Medalha Juan Bauptista Chapa de Conservação Integral do Patrimônio da Humanidade (Nuevo Leon, Mexico), Medalha Irajá Damiani Pinto (Instituto de Geociências, Brasil), e Diploma ao Mérito Científico e Acadêmico da Universidade Norbert Wiener (Peru), Premio Dr. Manuel García Capriles (Bolivia), Medalla Reloj de Oro de Uyuni (Bolivia). Coordenou vários projetos de pesquisa. Suas pesquisas que reveleram a construção intencional de Machu Picchu sobre falhas geológicas tiveram grande repercussão internacional, tendo sido divulgadas nos principais jornais e revistas científicas, como a Science e Smithsonian Institute News, e de grande circulação, como a Newsweek e The Times, em mais de 10 línguas e 20 países.

Sandra Prado

A professora Sandra é graduada em Bacharelado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 1990), obtendo os títulos de mestra (1992) e doutora (1995) em Física nessa mesma Universidade. Ela fez um pós-doutorado na Universidade de Bristol (1995-1997), na Inglaterra. É Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde 2000. É membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Física, trabalhando em investigações com ênfase em Mecânica Quântica, investigando, entre outras coisas, sobre caos clássico e quântico.

Ulisses Carrilho

Ulisses Carrilho (Porto Alegre, 1990) é curador da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e ex-aluno da mesma escola. Pós-graduado em Economia da Cultura (UFRGS), estudou Comunicação Social (PUCRS) e Letras – Português/Francês (UFRGS). Sua pesquisa no âmbito da intersecção das artes e da educação mira contranarrativas e críticas à lógica de produção do capitalismo cognitivo. Em 2017, participou da residência Intervalo-Escola, em torno de uma escola de floresta na Floresta Amazônica (Rio Tupana e Igapó-Açu). Desde 2015, trabalha na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com Lisette Lagnado, como assistente de direção e curador assistente. Em 2018, assumiu a curadoria de Ensino e Programa Público da escola. Vive no Rio de Janeiro.

GESTÃO DO PROJETO

Laura Cattani

Artista, curadora, pesquisadora, produtora cultural e atua como agente no campo da arte contemporânea, sempre promovendo colaborações artísticas, parcerias com criadores e colaborações institucionais. Graduada em Artes Cênicas, com mestrado e doutorado em Poéticas Visuais pelo PPGAV/IA/UFRGS e pós-doutorado no PPGAV/UnB, Laura Cattani possui também especialização em Gestão de Projetos pela ESPM, com experiência na área de Gestão Cultural. Foi membro do colegiado setorial de Artes Visuais. Lecionou no Centro de Artes da UFPel entre 2020 e 2023, onde coordenou ações de extensão da Galeria A Sala. Em sua trajetória, realizou exposições e projetos multimídia em diversas cidades do Brasil, bem como Uruguai, Argentina, Alemanha e França. Atuou como curadora adjunta da 13a Bienal do Mercosul, sob curadoria geral de Marcello Dantas. Atua como agente cultural para promover a difusão e valorização da Arte Contemporânea como instrumento para reflexão, questionamento e transformação, e vem desenvolvendo projetos inovadores com projeção nacional, sempre buscando a articulação com diversos grupos multiculturais e transdisciplinares.

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