A impermanência, em suas curiosas articulações, tem sido o signo de Sete Infinitudes. Este álbum nasce como a trilha sonora de sete concisos documentários, com uma música para cada artista da exposição Tempo Como Verbo. Cada artista é tornado um princípio ou essencialidade, que a música se propunha a evocar. Contingências de um exótico Brasil de 2021 tornou vácuo estes vídeos, mas não as músicas. Órfãos de imagens, estes arquétipos sofreram gentil reificação e foram tomando a concreção de lugares, restritas paisagens que, vistas do alto e com o deslocamento do tempo acelerado, condensam nós de transformação do humano e da vida neste planeta. Então, Caio Amon e a Ío detiveram-se em uma elegante península que, no Cretáceo, mudou a história das espécies. Ou na zona inóspita do Atlântico aconchegante aos naufrágios; ou, ainda, nas bordas de um deserto onde a vida se torna ríspida. Estas e outras infinitudes agora são tornadas marcas no espaço-tempo. Este projeto, ainda em progresso, antevê a criação de uma série de obras entre Caio Amon e a Ío, com um desejo de se aprofundar não só na música, mas na noosfera que silenciosamente a envolve.
O álbum Sete Infinitudes pode ser acessado aqui.